EUA impõem tarifa de 245% à China e agravam guerra comercial

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Em um novo capítulo da guerra comercial entre Estados Unidos e China, a Casa Branca anunciou, nesta terça-feira (15), a aplicação de uma tarifa inédita de até 245% sobre produtos chineses. A medida, divulgada sem aviso prévio por meio de um documento oficial, eleva o tom das disputas bilaterais e fortalece a postura protecionista da gestão do presidente Donald Trump.

O relatório, que não detalha o método de cálculo da tarifa, justifica a sanção como uma ação para “nivelar o campo de atuação” e “proteger a segurança nacional”. A reação chinesa veio rapidamente: o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, afirmou que o país manterá sua posição e cobrou explicações públicas de Washington sobre os critérios adotados.

A escalada tarifária se intensificou desde 2 de abril, quando Trump instituiu um pacote de tarifas que varia de 10% a 50% sobre importações de mais de 180 países. A China, por não buscar negociação, foi excluída de uma trégua temporária e recebeu sucessivos aumentos, que culminaram na tarifa total de 245%. Em resposta, Pequim elevou suas taxas sobre produtos americanos e suspendeu a entrega de aeronaves da Boeing, em um claro sinal de endurecimento.

Analistas internacionais avaliam que o movimento visa pressionar a China a retornar à mesa de negociações, mas também sinaliza ao eleitorado americano um discurso de força e soberania econômica a pouco mais de um ano das eleições presidenciais de 2026. Enquanto isso, os mercados aguardam os próximos desdobramentos de um impasse que pode ter efeitos globais sobre comércio, inflação e cadeias produtivas.